11 November 2022

A MINHA SELEÇÃO


Ano de Mundial. Todos nós rascunhamos equipas e ansiamos pelo inicio dos jogos e pela gritaria normal da festa.
Adquirimos tshirts e cromos, abrimos a saqueta com os jogadores e completamos a caderneta. Eu já comecei a fazer a caderneta deste mundial. O mundial no Qatar.
O mundial da vergonha.
Quando se fala de sustentabilidade e ambiente e o caos emergente no Mundo, este país investe em estádios brutais no deserto de 50 graus com ar condicionado.
Morrem milhares de trabalhadores precários da India, Bangladesh, etc.. 12 por semana, sem condições, sem higiene, sem cuidados de saude.. sem auferir o que lhe foi prometido, escravos contemporâneos a quem lhe é retirado o passaporte e documentação para não fugir.
Os homossexuais são doentes mentais.
As mulheres são para ficar em casa.
Os votos, diz-se, foram comprados por milhões.
Alteram-se calendários (para o Inverno) por dinheiro.
Agora, lágrimas de crocodilo chovem para voltarem à ribalda: "não devia ter sido ali". Mas foi.
Já comprei a minha caderneta.
Para este mundial componho a minha equipa pelos jogadores da Dinamarca e da Austrália (que jogarão com protestos simbólicos); pelo treinador Klopp, que foi o primeiro a criticar abertamente; as cidades francesas que não vão colocar painéis com transmissão publica dos jogos.
Está quase a começar o mundial; e o Cantona não vai assistir aos jogos (por tudo isto).
As Cartas do Qatar.


A MINHA SELEÇÃO

Ano de Mundial. Todos nós rascunhamos equipas e ansiamos pelo inicio dos jogos e pela gritaria normal da festa.
Adquirimos tshirts e cromos, abrimos a saqueta com os jogadores e completamos a caderneta. Eu já comecei a fazer a caderneta deste mundial. O mundial no Qatar.
O mundial da vergonha.
Quando se fala de sustentabilidade e ambiente e o caos emergente no Mundo, este país investe em estádios brutais no deserto de 50 graus com ar condicionado.
Morrem milhares de trabalhadores precários da India, Bangladesh, etc.. 12 por semana, sem condições, sem higiene, sem cuidados de saude.. sem auferir o que lhe foi prometido, escravos contemporâneos a quem lhe é retirado o passaporte e documentação para não fugir.
Os homossexuais são doentes mentais.
As mulheres são para ficar em casa.
Os votos, diz-se, foram comprados por milhões.
Alteram-se calendários (para o Inverno) por dinheiro.
Agora, lágrimas de crocodilo chovem para voltarem à ribalda: "não devia ter sido ali". Mas foi.
Já comprei a minha caderneta.
Para este mundial componho a minha equipa pelos jogadores da Dinamarca e da Austrália (que jogarão com protestos simbólicos); pelo treinador Klopp, que foi o primeiro a criticar abertamente; as cidades francesas que não vão colocar painéis com transmissão publica dos jogos.
Está quase a começar o mundial; e o Cantona não vai assistir aos jogos (por tudo isto).
As Cartas do Qatar.


28 February 2022

O martelo foi-se

O trabalho foi tomado, em alguns lugares, pelo funcionalismo público (na sua pior vertente) e muitos, são, já, meros zombies a abanar a cabeça de punho no ar; 
a famiglia substituiu a honestidade (quando não o promover da corrupção e falta de caráter) - "basta um para me sentir envergonhado", ouvi eu há 3 décadas; 
a competência desceu para números mínimos e a incompetência e o profissionalismo político surgiram.

É triste ver um partido que lutou, tanto, contra o fascismo em portugal, e mais tarde pela democracia e pelos direitos sociais e laborais, dar ares de apoio indirecto (pela recusa a condenar) um seguidismo abstracto (que não se percebe bem o quê) e um rancor anti-nato e EUA, tão básico que já ninguém (alem dos próprios) lhe dá valor.  
Acusam Todos de ignorantes e ovelhas, contudo, nos últimos dias, o copy-paste com cheiro a mofo, saiu para as ruas, cafés e redes sociais. 
Em massa, como deve ser!
E o criminoso continua a matar.
 
A capacidade de combater, na assembleia da república, a injustiça de algumas direitas mais conservadoras e penalizantes à qualidade de vida, faziam esquecer o conservadorismo social e ideológico, o sentimento anti-ocidente primário, a defesa cega de ditaduras totalitárias, as leituras enviesadas da história (nomeadamente quanto aos países em que o Grande Ideal foi testado - sempre numa escala de mau a desprezível) e a união anti-democrática de massa crítica (útil em tempo de guerra, totalmente desajustado e intolerável em tempo de paz).
 
É triste ver um partido, que nos habituámos a defender a saúde e a educação, aproximar-se de posições (em que Bolsonaro e Lukashenko são dos poucos que os acompanham) que nem a Turquia, Hungria ou, pasme-se, Boris ou Trump (incrível), o fizeram. Repetem os "mas há outros..". E isso não é o suficiente para justificar os "mas...".
Não deixa de ser extravagante insistir numa parada em que "são os únicos com o passo acertado" (todos os outros, Todos, são ignorantes, influenciáveis e manipuláveis), proferindo chavões de forma coordenada e copiada. 
Um dos expoentes máximos foi a insinuação - de poucos, felizmente - que tudo isto era uma tramoia da comunicação social ocidental, em que os ucranianos dançavam e cantavam, parando de o fazer e começando a chorar e a lamentar-se quando a câmara começava a filmar. Demasiado alucinado para tentar compreender. Ou então li mal; ou então escreveram mal.

É com muita tristeza que se assiste a isto, num estado liberal e livre - e pior, ter que assistir ao declínio de uma força tão necessária à democracia portuguesa (ainda por cima por ser um museu vivo histórico, único na europa, mesmo que dogmático) e por se ter tantos contatos e laços profissionais (e muitos, positivos e construtivos) e de amizade. especialmente na região do Alentejo.

Mais que tudo isto, é com tristeza que percebemos que se o Mal voltasse a esta experiência sociológica que é a União Europeia (eventualmente a experiência que mais se aproximou de um ideal humanista - sem nunca, de facto, o ter atingido em pleno - e que há pouco mais de uma década, aparenta estar em declínio ideológico e político) qual seria o lugar que muita gente tomaria, neste mar de hipóteses e suposições.
China, Coreia do Norte ou Venezuela são exemplos demasiado fortes para não deixar de aumentar o nosso lamento.
A vida continua.
Esperemos que a paz e a democracia e a liberdade prevaleçam. 
..
Nota posterior: muitas leituras apressadas, muitas ações corrigidas, o "não é bem assim", a confusão da guerra, a tristeza da incerteza. Haja paz! Correções para reduzir eventuais injustiças. Fica o lamento.

22 March 2016

Zé, o Faustino

Tal como eu quando era miudo, o meu filho, cada vez que sai um disco de mão morta, corre para o torrents, de forma a ouvir sons frescos da novidade. o zé, outro, primo meu, diz-me que o mundo vai acabar. verdade de la Palisse à parte, tenho alimentado ansiedades derivadas da arquitectura técnico-táctica da minha mente.

d'o meu museu imaginário

relembrando 4 anos atrás - e o que mudou?

alternativos a nada

por acaso nessas coisas modernas, sempre tentei olhar com algum distanciamento

olhar para lá da rama

porque debaixo da poeira, muita coisa é mais do mesmo

seja artisticamente, seja no comportamento social, seja mesmo nos interesses de quintalinhos pequenos e mediocres

de facto, lamento esta bloconovela que acusa, bem como a incompreensão por parte de muitos que recusam participar e discutir. Muitas das coisas que são indicadas (como procurar os bairros e as localidades limitrofes) já muitos de nós fazemos (ou tentamos fazer, muitas das vezes sem o apoio - e não apenas financeiro - das próprias Juntas e também das próprias pessoas, que preferem ficar a ver Morangos com açucar ou afins). Mas não desistimos. No meu caso particular interessa-me o diálogo (não esta guerra de palavras ocultada pelo anonimato, mas discussão que faça avançar). Tenho-me ausentado da discussão pública porque, efectivamente, o cenário tem sido sempre o mesmo, repetitivo e cheio de movo. Se há alguma coisa que me atrai neste movimento é, para já, uma potenciação das conversas e uma efectiva necessidade de resolver (e não somente criticar). O mofo discursista (independentemente de vir com uma capa "partidária", "parada no tempo", "alternativa" ou "contemporânea") não deve seduzir ninguém que quer crescer e ver crescer tudo à sua volta. O pensar pequeno faz parte de uma coisa maior e castradora: proteger os quintais e contentar-se com pouco, desde que esse pouco seja para si mesmo. Só tem medo do crescimento, de diálogo e de multi-oferta, quem sabe das suas fraquezas e não sabe que é na diversidade e na multiplicidade de visões, que está o crescimento e a abertura de uma sociedade.

Lamento as faltas de educação, as faltas de sensibilidade, a falta de cidadania, a critica apática, a agressão gratuita anónima. Sempre esperei que Évora pudesse mudar um pouco (onde por vezes, o que à partida seriam visões diferentes, geracionais e no seu lugar na sociedade, pouco se distinguem além da rama) e participo aqui porque me parece que, grão a grão, muda um bocado. Espero que possa fazer parte dessa mudança, como espero que todos colaborem - seja a discutir touradas, a escrever textos, a ir à rua, a apresentar espectáculos, a criticar de forma construtiva ou mesmo a fazer sardinhadas. Sobre isto não há que criticar demasiado, porque ser feliz nunca fez mal a ninguém (excepto a quem pretenda perseguir essa ânsia de se manter pequeno a todo o custo).

Interessa participar, dar a perceber que quem está mal são os silenciosos, os críticos de má fé e os que para quem está sempre tudo mal e nada propõem. A arrogância fica-lhes mal e não sabem a tristeza que causam àqueles que querem fazer crescer (neste caso, esta cidade).

Como já tive a oportunidade de escrever (e já se disse e repetiu de várias formas e formatos), isto é de todos e para todos - por isso, interessa participar e aí, opinar por trajectos e modos de actuação. Facilmente se perceberá que existem bastantes posições e visões diferentes, que nem tudo o que é proposto é acordado por todos (poderia exemplificar, mas estaria a falar de mais casos pessoais, por isso não vejo a necessidade), que muitas vezes há discussão mediante interesses particulares, mas há uma coisa importante: há discussão e, com mais ou menos interesse nisso, há crescimento fora de corredores e catacumbas.

Este movimento retirou-me temporariamente das conversas via net (para evitar ir de carro ou avião) com gente inquieta, com quem encontro interesses comuns e vontade de mudar. Era bom que, independentemente do rumo que tome, permita que esta cidade abata os muros e as muralhas (que já estão fora de moda:)


02 February 2015

Cócó

QUE CHAPÉU CABE EM TAIS CABEÇAS?
Defende-se alhos, pratica-se bugalhos. O esquizofrénico derruba a mesa do vendilhão do templo e grita para o ar que está tudo errado e atira-se para o chão, a chorar, enquanto apanha os cacos. É o unico que vê, apontando ao acaso, "são todos surdos, todos". Rouba com uma mão; com a outra apaga o sangue das suas vítimas, enquanto se ilude com a triste verdade: é doente ou é assassino. Lá está, fala de alhos.... e rouba o pobre do sacristão.
NO PICS

Uma linha que separa

Há uma linha que separa os sérios dos aldrabões,
Os esforçados dos usurpadores.
Mas onde fica essa linha?
Há uma linha que separa aqueles que estão abertos ao diálogo,
Dos que estão em todo o lado sem estar em lado algum;
que se dão com todos para de todos se aproveitarem.
E onde está essa linha?
Nas redes sociais não está, na aparência do marketing pessoal também não.
Onde está?

http://www.escritas.org/pt/poema/4834/poema-do-beco

10 January 2015

Gosto de gostar

eu gosto de teatro, eu gosto de musica, eu gosto de cinema, gosto de literatura, gosto da literatura no teatro, gosto de teatro sem literatura, gosto do cinema na musica, gosto de musica sem teatro, gosto de teatro de mãos dadas à literatura, gosto de cinema com literatura, gosto de cinema sem literatura e com musica, gosto de cinema com teatro, gosto de musica sem literatura, gosto de literatura na musica, e com musica, e com teatro. gosto de teatro, de teatro. gosto! e não quero que ninguém goste disto mas que goste do que gostar. se gostar do que gosto, também gosto. se não gostar do que gosto, também gosto. se gostar do que gosta, também gosto. gosto que se goste. essencialmente é isto: gosto que se goste. e gosto de gostar.

Credo

"Sr. Dr, será que sou crente?"
"mas o que sente?"
"Nada!"

19 December 2014

coca branca ou o ovo


o escritório como laboratório, a sala 
como oficina, a                  casa como toca, o delir
                         io como quarto. going home no próximo gemido.

07 December 2014

Pala-palas

Já todos vimos um porco a voar, uma mula chegar a presidente (de qualquer coisa), um asno a coordenar algo de que não percebe porra alguma, minhocas a dizer uma coisa e na mesma frase contradizer-se. Achamos que ja vimos de tudo e já nada nos espanta. E mesmo assim ficamos momentaneamente incomodados com coisas que se dizem, que se escrevem, que se defendem (na logica "porque sim").. lançamos uma repentina expressão "mas que porra", para logo depois lembrarmo-nos que algumas dessas lagartas, ou cobras, são umas grandes bestas e não valem a resposta. Pensamos "afinal somos todos uns tristes animais... que se lixem os camaleões e os ursos capazes de dizer ou escrever qualquer coisa".

24 November 2014

a perspectiva historica

A perspectiva histórica

Agarrada ao passado
Em que já lá nada há
Apenas a memória do que nunca foi

Muros e prisões,
Desejos e vontades
meras deturbações
ideologias como banalidades

E o rato fugidio
E o guarda autoritario
O menino que brincava
Com uma bola saltava
Q' merda é esta, perguntava

São as cores esbatidas de uma bqndeira qualquer
São as dores sentidas numa prisão qualquer

E o jovem maltratado
Com o pai aprisionado
Pedala ao frio a bicicleta
Condenado por uma bagatela
Enganado por aquela

Ideia destruida logo ao nascimento
São as dores do crescimento

Damos as mãos só porque sim
Com pós de perlimpimpim
Sonhamos em mudar o mundo
Esquecendo de olharmos para dentro

Só nos outros há maldade
Em nós a ingenuidade
De que uma ideia permite tudo
Mesmo maltratar toda a gente

A perspectiva histórica...? E a futura? E o agora?


Fechados num muro

Fechados num muro, bombas choram sobre os inocentes.

Abrimos o calendário da história e lembramo-nos do holocausto nazi,
e já há quem o tenha esquecido.
já há quem tenha esquecido os seus antepassados.

vemos a síria, o ruanda, a guiné equatorial, a coreia do norte
e lamentamo-nos. e a síria, e a ucrânia...
e recordamos as prisões estalinistas na sibéria,
a "santa" inquisição, e a morte dos indios americanos. o hamas impôe o terror,

dizem: o governo de israel inscreve-se brutalmente na história.
os desgraçados de inocentes civis, de ambas as partes, 
sofrem a ira politiqueira de quem os dirige. 

dizem: um facto é que a palestina é um recanto fechado, sem recursos, fechado num muro, sem armas e sem militares e israel inunde aquele territorio com bombas, aviões, milhões gastos em armamento.. 

dizem: israel é igual ao nazismo de hitler, à coreia do norte 

dizem por aí,

entretanto, e enquanto muitos "dizem" essas coisas,

fechados num muro, bombas choram sobre os inocentes.


17 November 2014

Burros, não são fixes como nós

1 - somos muitos fixes
2 - tu és o maior
1 - tu é que és
2 - somos os dois
1 - ele também
3 - vocês é que são
2 - somos os três, muito fixes
1 - pois somos
..
2 - aquele é parvo
3 - são todos
1 - quem?
3 - todos
2 - são burros
3 - parvos
1 - são mesmo estupidos
2 - não são como nós
1 - somos muito fixes
3 - eles são burros
2 - pois são
1 - mas nós não
3 - pois não, somos os maiores
2 - pois somos!


11 November 2014

é preciso ter tomates


Há uns dois anos estava na moda o "empreendedorismo" (tão básica que é a sua lógica que foi necessário tornar-se moda para alguns defenderem isso, como se estivessem a encontrar a arca perdida); depois veio a ideia de "trabalho em rede" (em que muitos teimavam em não ver a sua utilidade); veio a crise, políticas austeras e muita gente ficou depenada; Por exemplo (e por conhecer medianamente), na cena cultural e artística entidades, companhias, centros artísticos e culturais perderam as bengalas que duraram duas décadas... Agora, depois da "moda" (ou tendência) dessa "invenção" que é o trabalho em rede prestar-se, já, a evoluir para outro nível, mais amadurecido, surgem ainda alguns a gritar "aqui d´el rey", como se inventassem a pólvora (mas sem colocar em prática o que debitam em amenas tertúlias).
Há áreas em que vigora o "corre atrás de", em que se pensa que se é "pós de arroz", autênticos exploradores heróicos da batata; e não passam de mainstreams irregulares, sem dinheiro nem perspectiva, sem força, sem capacidade de abrir caminhos. E muitas vezes, sem bom gosto. Apenas conseguem aproveitar-se de vias que se vão abrindo com o trabalho de outros... poucos. E palrar, e "opinar", e auto-promover-se... agora agir, "tá quieto".
O que incomoda nem é isso, ter que lidar com a "tabernice" disfarçada pela arrogância. É acreditar que tudo podia ser diferente, caso se fizesse mais e se "opinasse"  - apenas - menos; Caso se olhasse - mais - para os outros e para os trabalhos, de facto; e se estivesse menos preocupado - apenas - com o ego (unicamente com o ego, pobre ego).
Obviamente que isto não é transversal; obviamente que isto não é totalitário… mas que é uma triste realidade, é! E pensar que se perde tanto tempo em rodriguinhos e subterfugios discursais. A seriedade, a coragem, a força do trabalho, a clareza de ideias, a disponibilidade para fazer em conjunto não se encontram unicamente nos livros e não terminam (quanto muito seria começar, não?) em debates. A acção faz-se, fazendo. É como a coragem. É como o caminho; e cada um tem o seu e se deita no leito que sinta mais propício para deixar desenvolver os seus micróbios morais. O mundo é, por vezes, uma porra. Isto numa frase? "Deixa-te de merdas e faz!"

http://www.jn.pt/PaginaInicial/Mundo/Interior.aspx?content_id=4232978&utm_source=dlvr.it&utm_medium=facebook

06 November 2014

Psico-logia do mau político

O (mau) político é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que outros deveras sentem.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as dores que ele teve,
Mas outras que ninguém vê.
E assim nas calhas de roda
gira, a entreter o cidadão,
Esse comboio de corda
Que se chama sobrevivência.

21 July 2014

TEATRO DE ILUSAO

1 - mataram um menino
2 - o quê?
3 - mataram um menino
2 - caiu um avião
1 - onde?
3 - porque é que desligaste o forno?
2 - o quê?
1 - mataram um menino
2 - porquê?
3 - mataram um menino

15 May 2014

o futebol devia ser apenas isso: futebol!

Bem, agora olhem.. é esperar pelo campeonato do mundo!!!
Na selecção vão estar alguns craques de dimensão mundial não é? Nani, Coentrão, Moutinho e claro, o Ronaldo. 
Por isso eu propunha que o Paulo Bento levasse alguns jogadores polivalentes. Começava pelo Ruben Amorim - pode jogar à frente da defesa mas também a central ou a lateral direito se necessário. Ou mesmo mais à frente no meio campo.
Mas não me ficava por aqui.
Levava também o Beto porque podemos precisar de alguém que além de ser guarda-redes possa defender com as mãos no meio campo; e levava também o Carriço porque, prontess, podemos necessitar que um defesa faça de guarda-redes. Nada como ter jogadores polivalentes, a jogar, em campo.
Quanto ao Carriço eu levava-o também porque, sinceramente, preferia ver os jogadores a beijar-se em campo (dava uma outra cor a um futebol morcão e cabeçudo) do que andarem com aqueles bigodes palermas que alguém se lembrou de propor, há uns tempos, que os jogadores tugas usassem.
E prontosss, de um mal menor, olhem, fico contente pelos meus amigos sportinguistas e portistas: pelo menos já não deram a sua época por perdida e lá ganharam alguma coisita. 
Quanto ao benfas.. é pá, parece que terá que ficar para o ano. Dizem que à terceira é de vez nei? :)

23 April 2013

grande punheta

o embaixador do impulso jovem é a cara do tuga tipo, meio manhoso, que tem dirigido portugal nos ultimos anos: fala muito, mexe muito os braços, fala ainda mais e tem sempre a resposta na ponta língua. é agressivo o suficiente para não deixar os outros falar e tem energia suficiente para fingir que faz alguma coisa. sabe por onde furar, dá um jeitinho e leva-me contigo, blá blá e coiso e tal, e pois, sim, tenho um grande projecto! a retórica já não é a grande ferramenta dos vencedores. é a única. tal qual pulga saltitante, o dirigente tipo, o tuga, salta entre o ceo de uma empresa publico-privada e o governo. faz merda e não é culpabilizado - sai apenas de um cargo superior para ir ocupar outro ainda mais superior. mas continua a mexer os braços. e a falar muito. sabe falar, e bem. conhece bem por onde furar. os jovens apenas estão desempregados não é porque não há emprego. é porque não fazem nada, por exemplo, saírem do país - como o dirigente maior pediu. 
depois de dirigentes desportivos, responsáveis políticos, presidentes de câmara, e outros tantos que por aí andam, a mexer os braços e a falar muito (que cantam desafinados a grândola, que comem bolo rei de boca aberta ou fogem para o brasil enquanto esperam pelo resultado das eleições) estarem quase presos por crimes cometidos (só não o sendo porque uma falha técnica, um pormenor formal, inviabilizou o processo) que falta para portugal afundar de vez? acabar o milho para fazer mais pipocas? ou continuar a bater punho em frente à televisão até alguém o ir buscar a casa para trabalhar?

29 March 2013

puxar o autoclismo, parte 4

O despesismo público está cada vez maior e tem que se cortar no que não é essencial. A partir de agora proponho que os funcionários públicos trabalhem de graça, já que é dever deles terem uma atenção especial para a cidadania. Quanto aos investigadores e centros de investigação académica, já é tempo de desenvolverem os seus trabalhos de forma voluntária - nunca como hoje se viu tantos centros e tantos investigadores. Quanto à construção civil, especialmente sobre as obras públicas, há que tomar coragem e investirem, tornarem-se empreendedores (para quê inventar obras e acrescentos aos planos?). A educação e a promoção cultural? Porquê ficarem à espera da mama do estado e dos dinheiros públicos? E os deputados? Profissionais? A maior parte deles, não seriam mais uteis no privado, a trabalharem numa fábrica de exportação? E os assistentes especialistas de 16 anos (que se tornam ministros) e outros ainda mais especialistas séniores que controlam uma gestão de um país, com os seus 21 anos, acabados de terminarem a licenciatura (agora mais curta, com apenas três anos, para acelerar a entrada no mercado de trabalho fechado deles). Refiro-me a estes que terminaram os cursos (outros há, que sem o fazerem foram buscar o diploma na mesma).
E os vereadores que sempre trabalharam na apanha da azeitona e agora são especialistas em saúde? Ou os secretários de estado, antes advogados especialistas em direito de família, agora especialistas na agricultura ou em energias alternativas? 
Voltando ao despesismo público, chega de as câmaras e outros serviços pagarem a fornecedores externos, como frotas gigantescas de automóveis e casas de apoio espalhadas por toda uma cidade. E os apoios jurídicos? E os estudos de mercado? E as assessorias? E os conselheiros? E os assistentes? E os assistentes dos assistentes? E os especialistas em fechar a porta? E os outros que se especializam em abrir a mesma porta? E ainda o outro para desligar a luz? Luz que está sempre ligada, porque quem a liga, está de baixa e esta teria que ficar desligada até ele voltar ao trabalho, daqui a umas semanas. E o vendedor de batatas que não presta, porque as batatas não interessam para a refeição? E o outro vendedor de batatas que é o melhor do mundo, porque vende batatas e as batatas são mesmo o ingrediente mais valioso da refeição? E ainda mais estudos para decidir políticas? Vários, para se ter uma visão alargada da coisa e se tomarem as melhores decisões.
Já me esquecia dos artistas, prequiçosos, que nada fazem. Esses que não criam economia, não fazem educação, não promovem a cultura, não dinamizam uma cidade, não têm atitude política, que não são activos? E não fazem nada disto, porque fica bem dizer isso - os gestores (especialmene os fracos!) apontam sempre as pistolas aos mais frágeis, aos elos mais fracos. E outros acreditam... porque sim... porque o título é maior que a personagem; e se o título diz, é porque é verdade.
Óbviamente que estas decisões e visões são apenas para alguns ou para se colocar nas crónicas pessoais (porque fica sempre bem). E hoje, mais que nunca, toda a gente faz tudo. Toda a gente faz um filme, toda a gente é fotografo, toda a gente é dj, toda a gente fez (quando era novo) teatro. E assim continua o dia a dia dos pobres e ricos, uns a comer do queijo que é de todos, outros a comerem o pouco que resta da merda que outros deixaram, porque assim é que é - quem ostenta um título, envolto na ilusão do discurso correcto, lá vai levando a sua avante. E a ofender os outros, mas sem nunca ter dito que o fez. Hoje, é fácil ser, já que não é necessário sê-lo, mas simplesmente parecer que é e enganar os outros, escondendo-se por detrás de uma imagem bem cuidada. 

22 March 2013

ironicamente

a memória cultural histórica nunca deve ser colocada em causa. lamento que aqueles que atacam esta arte, esta riqueza cultural histórica (que é nossa, que faz parte da nossa cultura, por mais que queiram atirar areia para os olhos), não consigam entender toda a dimensão antropológica e social de tal existência. a ignorância de quem tenta ingenuamente encontrar argumentos para (tentar) impedir esta arte superior, de respeito sobre os animais e capacidade de prolongar a raça, sobre a tradição inscrita na nossa sociedade e de sustentabilidade económica e turística. a tourada é uma das artes mais antigas de sempre e devíamos ter orgulho em pertencer e ter pertença desse universo superior. o orgulho sobre tal grandeza, relativiza a pequenez de gente que não compreende, de todo, tal fenómeno. viva a tradição (e se é tradição, se é cultural, porquê mudar)?

18 December 2012

manhã de natal

Dia 25, dia de Natal. O dia não acabou no fim de semana passado. Acordei e fui tomar banho quentinho. Liguei o rádio: "...o primeiro ministro morreu de ataque cardíaco". Começava bem o dia. O vapor da água quente, tornava o espaço confortável. Despia o pijama devagar, enquanto saboreava as boas novas. Quando cheguei à cozinha com a televisão já ligada, enquanto a família esperava pelas torradas, uma outra notícia invadia os canais. Na festa natalícia do governo ocorrera um acidente (tinha caido um avião? o telhado desabara? uma garrafa de gás rebentara? não interessa para o caso) ... Todos (ou quase todos) os membros do governo tinham falecido ou estavam em estado grave. Na CCN (e porque não num canal português?) um "desnorteado" (expressão esquisita dada pelo repórter: disoriented) entrara numa reunião, no dia anterior (e porque não se soubera?) e matara a tiro de metralhadora (terá sido uma das desaparecidas da Carregueira?) dezenas de empresários (os tais Donos de Portugal) terão finado no local. O dia estava cada vez mais luminoso. Outras notícias surgiam, como uma versão contagiosa de pássaros que caem do céu, peixes que ficam a boiar mortos, baleias fora de água no areal - CEO´s, poderosos, políticos, religiosos e militares... Em todos os canais passavam notícias em directo. Uma espécie de casualidade de contágio. Donos do Mundo tombavam para o lado. Uns por razões óbvias, outros sem qualquer força aparente. Como se fosse um novo Ensaio sobre a Parvoeira. 
Lá fora, o sol deixava escapar uns raios de sol, por entre as nuvens brancas. O seu brilho fazia-se reflectir no colorido das flores no quintal. O calor do forno e da torradeira aquecia-nos e contávamos anedotas. O miudo deixava sujar-se com marmelada a derreter pela torrada quente abaixo. Eu trincava uma pêra semi-dura: as minhas favoritas. 
Que dia bonito e que excelente manhã. Uma manhã calma, sem novidades negativas. Tudo alinhado no universo. Que bonito dia. 

21 November 2012

anónimo

é uma delicia (lamentável) navegar por blogs e jornais e ler os comentários anónimos. confesso que há ali pérolas deliciosas da falta de escrúpulos, sem qualquer espinha dorsal, do ataque mentiroso fácil. Os comentários (anónimos) são um excelente case study da estupidez humana no seu pior...


17 November 2012

wel, well, well

mais de trinta, só podia ser. de cem mil. hospitais mentais. personagens a comer escargots e a ouvir clair de lune do debussy repetindo "a música salvou-me a vida". não o fez a beethoven? e a tantos, mas tantos outros? e da rua, com a chuva, veio um vento forte. deixei-me dormir a meio de dark shadows - que bela josette. o som de lithium vandale continua a fazer tic tic tic tic. uma das coreografias de eliane fetzer rasga-me. entre as veias, olho novamente para a linguagem e pensamento do chomsky uma outra vez de novo. que chatice olhar para ali uma outra vez. o sorriso audível das folhas pergunta a uma pessoa que passa: mas o olhar, de estar olhando, onde não olha, voltou? mudo de canal e a mesma repetitiva coisa: a porrada em crise. isto acaba ou começou? é vinho, é espuma, é fermento, bichinho álacre e sedento, de focinho pontiagudo, gritavam rómulo de carvalho, antónio gedeão, manuel freire. todos eles, em coro. máscara grega, magia, que é retorta de alquimista. well, well, well, well, to what do I owe the extreme pleasure of this surprising visit? isto acaba ou começou? mais de trinta, só podia ser. são os violinos de abesses que assustam o incauto monstro. passarinho nam nam. será que nicolas cage é mesmo um vampiro? bem, ele negou-o. não tem cento e quarenta anos. christopher lee deve ser. gostava de pescoços esguios de virgens despidas de branco. saruman? darth tyranus? conde dooku? não é tudo o mesmo? agora apetecia-me cansar com a chuva de informação de evankeliumi. com a chuva de luzes e sons e anjos e arcanjos e bruxas e luzes e sons. será que no filecrop encontro? o bem e o mal, pim pom, o bem e o mal, pim pom. olho novamente para o pensamento e a linguagem de chomsky. que coisa... desejo. desire. com este nome, que banda será? googlei. desire to inspire. design de interior. ok! também apareceu a cara da miuda de cara no chão do lichtenstein. que punheta ranheta foi esta? não é tudo o mesmo? todos eles, em coro. isto acaba ou começou? mais de trinta, só podia ser. de cem mil. hospitais mentais.

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15 November 2012

que estado e com que direito?

Eu fico completamente perturbado por ouvir acusações de "orquestrações" e "manipulações" e mesmo de "gentes infiltrados a provocar" na manifestação. se assim for, é muito grave, tudo isto... a polícia não podia simplesmente fazer um cerco e isolar aquela meia duzia de pessoas mais violentas? Era necessário atacar TODA a gente de forma quase gratuita e cega, e ir ruas abaixo até ao cais do sodré a partir (e a provocar a destruição de) montras, janelas, carros, caixotes do lixo.. Acho tudo isto muito violento mesmo.. seja por parte de alguns manifestantes, seja por parte das autoridades (e isto assusta-me deveras). Não é este mundo que quero para o meu filho: quero poder dizer-lhe que o diálogo deve ser sempre a base de tudo na vida e que as forças da autoridade existem para proteger a sociedade e o estado de direito (que não são o papão, mas cidadãos como ele). Confesso que ontem fiquei assustado com tudo isto... Com estas agressões físicas, mas também com a raiva e as acusações voláteis (fazendo juizos de valor graves sobre os outros, por exemplo).. Tudo isto que passa, são sinais de momentos ainda mais negros que se avizinham..

03 November 2012

Back to middle ages ...

A pior coisa que este governo está a fazer (falo do português, mas também de outros europeus, mundiais e de outros ainda que não foram eleitos - talvez estes mais ainda) nem é o abate social e financeiro, tendo o propósito de voltar ao inicio do século passado, em termos civilizacionais. É mesmo fazer ressurgir os gestos ditadores de pensamento único, seja destro, seja canhoto, ou mesmo completamente pseudo-anárquicos (sem o serem, pois). A ingenuidade de pensar que vivíamos numa época pós-fascismos, em que o diálogo e a multiplicidade de visões e opiniões era o que vingava e abafava certos comportamentos cheios de mofo. Quem teve a sorte de viver isto durante algum tempo parece mesmo dizer "o que é bom, já não é" - back to middle ages !!!!


30 July 2012

segura-te, senão cais...

centenas de policias e seguranças, viaturas, cães, várias barreiras de segurança, alerta máximo de segurança, sistema anti missil, militares e dispositivos nas ruas, navio de guerra no rio tamisa, helicopteros no ar, serviços secretos britanicos, fbi, festa de inauguraçao de 35 milhoes, um custo de 2 Bilhões de euros para a realizaçao, 600 milhões de euros apenas para a segurança... e depois... uuppsss... onde estão as chaves? quais chaves? deixei-as aqui. Aqui? não as vi? Ó zé, viste as chaves? Pois, da ultima vez que as vi estavam aqui em cima da mesa. Telefona lá ai a Maria para ver se as viu... ehehehhehe lindo

01 April 2012

excelente notícia acabadinha de chegar

A ExQuorum será um dos ocupantes dos espaços do antigo centro comercial Eborim. 
Desta forma, o coisasdocorpo, o Projecto de Investigação, a scandilatin e a máquinadodesejo já têm espaço de ensaios e de trabalho, os sofás do Senhor Trinity e a árvore da instalação Água Lda já têm onde ficar guardados; já podemos receber parceiros criadores e desenvolver as residências artísticas que constantemente fazemos - e o café do lado, o hotel da praça, os restaurantes, os museus, os bares e o posto de turismo agradecem.

O espaço, como sabem, e por se ter noção da realidade actual - local e nacional - vai ser recuperado sem grande investimento financeiro por parte da câmara (tendo-se esta disponibilizado a estabelecer protocolos, concorrendo a apoios - europeus por ex., mas não só - para viabilizar a sua recuperação técnica, sendo que todos os parceiros culturais e artísticos envolvidos no projecto irão contribuir para a sua dinamização). 
Como sabem, também, estes tempos estão dificeis para investimentos privados altos e nada como união para fazer a força; e como se sabe, os valores relacionados com a criação artística são sempre bastante mais baixos que as construções de estradas ou edifícios (mesmo às poucas que escapam às derrapagens financeiras pré-planificadas). Assim, de forma a criar emprego, riqueza (material e imaterial) e proporcionar dinamismo (financeiro, comercial, turístico) à cidade, chegou-se facilmente, de forma organizada e pacífica, a um acordo equilibrado: 
1. permite-se que a criação artística e a sua promoção não morra (sobrevivendo apenas, ou os que estão dependentes de subsidios camarários e do "ministério" da cultura - também eles em declinio -ou aqueles que jogam com o entretenimento únicamente comercial e industrial - que é legítimo, diga-se, já que cada um sabe onde quer, deve e pode navegar); 
2. permite-se que o público tenha acesso à criação artística mediante pagamentos acessíveis, evitando que a criação independente não coloque o valor da bilhética num patamar realista de sobrevivência comercial (que anda à volta dos 100/150€ por pessoa e por espectáculo).
3. dinamiza-se e promove-se a cidade, financeira, económica, social, cultural e turisticamente.
4. recupera-se um espaço abandonado, dando-lhe uma nova dinâmica, permitindo que se torne um espaço de investimento privado potenciado pelas forças públicas (sempre, tendo em consideração o bem estar e do desenvolvimento dos cidadãos) seguindo o bom exemplo dos ninhos de empresas ou os equipamentos nas áreas da educação e de investigação (como as universidades) ou o desenvolvimento imobiliário, por exemplo.
 
Parabéns à cidade que ganhou um espaço à imagem de outros que há na Suécia, Holanda e demais países desenvolvidos: um espaço comum (sem necessidade de cada um estar únicamente na sua quintinha), de todos, com todos e para todos. 
Os públicos e utentes irão, certamente, agradecer este gesto de proporcionar um grande projecto, com várias entidades artísticas e culturais eborenses envolvidas. 
Todos nós agradecemos esta possibilidade realista que decorreu de várias reuniões produtivas e positivas, sempre - unica e exclusivamente - em prol da riqueza da cidade de Évora, sabendo que quando se quer, consegue-se chegar a acordo e criar algo de muito bom, de forma conjunta.
Um grande abraço de força a todos os parceiros desta aventura que só agora começou.
Por évora, um viva ao diálogo, à colaboração, ao investimento, ao altruismo e à pro-actividade.
Viva!



04 February 2012

“the walking dead”: acordar num hospital abandonado e tentar sobreviver, custe o que custar.

O Zé Rui, que gostava de rasgar os jornais (alguns, pelo menos) em pedaços pequeninos, reclamava do descaramento dos eleitos, daqueles que, com a vontade popular, gerem o destino do país e abusam da crença de quem votou neles para lhes dar uma facada. O pior é que nem é nas costas – é mesmo no meio dos olhos, já sem sequer tentar esconder. É completamente às descaradas, logrando a toda a hora, mesmo que não consigam comer decentemente um pedaço de bolo-rei.

As mentiras são universais – e não apenas neste país. Basta ver qualquer telejornal e rápidamente encontramos os copy-paste dos políticos de (quase) qualquer país. A indecisão fica entre pegar, também, em armas (e merecidamente atirar, a fazer doer, em mafiosos fardados – a farda política é uma das mais cinzentas que há, não é? – ou em forças polícias; todos eles fazendo lembrar zombies coordenados) ou tomar uma iniciativa que reme no sentido oposto, recusando o caminho da agressão, que lhes dá primazia. Mostrar, cara a cara, que são gente enganada como os demais. Dar uma lambada de luva branca, seja em jeito de brincadeira (dissimulando um acampamento fugídio, como fizeram os nossos amigos australianos), seja recorrendo à natural ternura (que só as bestas fingem recusar) como fizeram os manifestantes (contra a ganância, a mentira e a corrupção) na Colômbia.

Será que uma epidemia destas tenderá, alguma vez, a abrandar? Será que a infestação zombie, controlados físicamente pelo cérebro morto-vivo (aliás, o único modo clássico de eliminação é literalmente um tiro no meio dos cornos, como se sabe), despertará um dia as gentes para um novo estado, para um novo despertar?

Isto é o que procura Rick Grimes e a tribo que o acompanha. Como em qualquer fantasia pós-apocalíptica há sempre uma solução e um lugar que se julga ser diferente para melhor. Sonha-se, também, por uma vacina que possa eliminar ou reduzir a epidemia. E normalmente a vacina mais eficiente é a vontade.

"The Walking Dead" foi uma das séries que me deixou, recentemente, mais ansioso pelo episódio seguinte. Julgo que já não tinha essa sensação desde as transmissões de "Lost". A série realizada por Frank Darabont (recorrente em explorar as histórias de Stephen King em cinema) deixa-se imbuir do ambiente visual e narrativo da banda desenhada que lhe deu origem: a série homónima de Robert Kirkman e Tony Moore. O truque de deixar ansioso o espectador (imitando a técnica gulosa da última vinheta no canto inferior direito da página) mantém-se durante as duas temporadas, conseguindo jogar eficazmente com o elemento mais banal, mas simultaneamente mais genial do horror: sabes o que vai acontecer, sabes quando vai acontecer, sabes como vai acontecer. A emoção sobrepôe-se à razão (essa madastra que não consente a ideia repetida e maltrada o lugar comum) e deixas-te enganar com um suspiro afectivo. Um exemplo perfeito disto é a última cena do último episódio da segunda temporada: depois do tiroteio devastador, no qual todos os zombies presos no celeiro da quinta são eliminados, sabemos que ainda falta alguém e sabemos quem será esse alguém. Sabemos que é a jovem desaparecida Sophia. Mas mesmo assim, levamo-nos a enganar. Os zombies sabem, sempre, enganar-nos.

Quem frequentemente comparava a polícia, aquela das manifestações, com um grupo de zombies, era o Zé Rui: dizia que só queriam uma coisa, carne humana. Contudo o que conseguimos encontrar nos webisodes "Torn Apart" (uma pequena história paralela de "The Walking Dead", em jeito de spin-off, mas que nunca chega a ser porque a rapariga – Hannah ou The Bycicle Girl - deixa-se morrer para que os filhos sobrevivam) traz-nos um efeito de aproximação e deixa-nos abalados com a gratuidade da violência de certos agentes da ordem (momentânea e temporáriamente auto-considerados heróis) durante protestos a delinquentes. É um pouco como o anúncio àquele programa de televisão: às vezes, mudar de lado não faria mal a ninguém. Podia ser o suficiente para ver que o verdadeiro mal tem, muitas vezes, origem numa terceira fonte.


Post-scriptum: parece que vem aí e já tem dia marcado – dia 14 de Fevereiro, repetindo no dia seguinte, a 15. Julgo que é à noite.

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FACTOR MEDO: O MEU MUSEU IMAGINÁRIO

inscrito no projecto "Guerras/Crises" (guerrascrises.blogspot.com)

Miguel de Matos Valério (coisasdocorpo/ ExQuorum)


24 January 2012

“The office” um pouco por todo o lado

A cara de parvo do Mackenzie Crook assentava que nem uma luva naquela figura de empregado esbranquiçado, tipo ar condicionado, do The Office (a que mais tarde seria acrescentado o "UK"). Aquele aspecto escanzelado devia-se mais a um tiro na mouche do realizador ou seriam ainda sinais perdidos da terapia hormonal, quando novo? De qualquer forma, aquele personagem seduzia-me e eu ficava ansioso pela sua aparição. Óbviamente que a de Ricky Gervais (também o co-autor da série) era, do mesmo modo, bastante deliciosa, o que permitia aquele deleite esmagador de "porra, não falta mais nada".
Talvez devido a essa sensação, a esse momento de emoção – em cada um daqueles vinte minutos -, eu ficara expectante aquando do anúncio da versão norte-americana. E lá estive, à espera que a NBC colocasse aquilo no ar. A escolha perfeita de Steve Carrell – um dos Frat Pack - para substituir o gerente de papel da versão britânica (e pensar que Paul Giamatti declinara o convite do produtor, ah?) deixava antever boas escolhas de casting. E foram, estando Rainn Wilson, com aquele egocêntrico "Dwight Schrute", como a cereja em cima do bolo.
A ideia de retirar a plateia das gravações ou de não colocar inserts de risos gravados, usando uma única câmara (bem como a de enviar o cenário para uma cidade pouco maior que Évora, onde se situava a sucursal de uma empresa de distribuição de papel), serviria para dar força ao mockumentário.
Esta série, que tem saltado criativamente tipo coelho de país para país, de versão para versão (Reino Unido, França, Estados Unidos, Brasil, Suécia, Chile, Israel, Canadá ou Alemanha – esta última menos oficial) ganhou um lugar de destaque na minha estante com caixas de dvd´s, naquele cantinho do meu museu imaginário.

Um destes dias, o Zé Rui veio à minha casa – estava eu a jogar "Portal 2" (com a voz de Stephen Merchant – o outro co-autor da série) -  e perguntou-me, enquanto repetia um hábido costumeiro (o de passar o dedo pelos dvd´s como se fosse escolher o seu favorito): "olha lá, tu tens espreitado as notícias sobre esta cena da crise, né?". O meu silêncio era um misto de concentração no jogo e de um óbvio "claro que sim, quem é que se consegue abster dessa inundação informativa?".
O Zé Rui, agora fingindo que tomava atenção às capas dos filmes, dizia: "Esta cena da crise é uma treta. Cá para mim, nunca existiu crise. É uma invenção de alguém. Há os sobe e desce do poder capitalista, não é? Dás muito, tipo guloseima, e depois retiras a cenoura, senão era sempre a crescer desmesuradamente. E isso não dá. Entretanto estás com dívidas até ao tecto (pediste empréstimos para a casa, o carro, os sete ou oito créditos pessoais – para a nova impressora, para as férias de verão e também a de natal, para o novo iphone, o ipad e o i-que-já-tou-lixado) e não te podes mexer! Estás nas mãos deles.
Mas eu acho que essa história da crise nunca existiu. A ideia é retirar coisas que tínhamos como garantidas (como na saúde, na educação, na segurança social.. nas reformas... reduzir custos...) usando a desculpa da crise e do temporário. Dar um rebuçado, manter o interesse, mas sempre com controle. Sem esticar demais, nem retirar tudo. Quanto a essas garantias que se tinha, a intenção é manter isto assim mais tarde, mesmo depois de tudo isto (desta coisa inventada) passar. Aliás, esses tipos estiveram sempre à espera... deixa-os pousar. E paciência têm eles. Quer dizer, muitas destas coisas até íam tentando que fossem alteradas mas nunca conseguiam, mas agora com a desculpa da crise lá conseguem. E não é que vão lixar isto tudo? E fazem à descarada, sem artimanhas. Dizem uma coisa, fazem outra, voltam a prometer o que não cumprem e afirmam que sempre disseram o contrário. Com um descaramento sem limites."
Eu pensava no Steve Carrell e naquele toque genial de ridicularizar tudo em que toca. Achava que o Zé Rui tinha razão, contudo aquela realidade que ele descrevia era mórbida demais para pensar nela a sério. Toda aquela gigante equipa ministerial (com os outros amiguinhos, e ainda os outros das empresas, mais os das irmandades e os das nomeações) dava um resultado risível e indefinido que ficava a meio caminho entre os Rat Pack (com cenas de um filme antigo, fechados numa caixa pretensiosamente jazzy mas com cheiro a mofo) e os Frat Pack (com um suposto relaxamento rock que soa a falso e mentiroso por todos os lados).
O Zé Rui ficou a olhar para mim, mas como não lhe respondia, decidiu baixar-se e pegar no outro comando para jogar comigo: "Olha lá, não preferes jogar Grand Theft Auto IV? Também tem a voz do Ricky Gervais".

Post-scriptum: sei, de fonte segura, que eles vêm aí. É certo que vêm e é em meados de Fevereiro.

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FACTOR MEDO: O MEU MUSEU IMAGINÁRIO
Miguel de Matos Valério
inscrito no projecto "Guerras/Crises" (guerrascrises.blogspot.com)

(publicado no Seminário Registo de 19.01.2012)


25 November 2011

cogumelos

as voltas (óbvias) que o mundo dá:
por vezes parece que muitos daqueles que agora tentam conservar as panelinhas, lançando um olhar retrógado e alucinado (vendo demónios em todo o lado - se calhar ainda são os restícios dos cogumelos) a tudo isto que presenciamos, em ´68 tinham toda a esperança no olhar, força nas pernas e voz para continuar a acreditar...
dantes é que era...
ou isso era o outro?

25 July 2011

Hoje a Praça estava ainda mais fantástica

Hoje a Praça estava fantástica. Ainda mais fantástica. Por razões de maior tivémos que sair a meio (o nosso campeão já não aguentava a hora, o barulho e a movida - há-de chegar o tempo - e tivemos que recolher), mas estava muito fixe: entre as sardinhas, as febras, o vinho e os rissóis; e o delicioso licor de ginja da Gertrudes; e a Joana toda contente a vender as t-shirts e os pin´s; a comidinha feita no forno, depositada no banco de pedra feito mesa..

Depois da enérgica prestação da PédeXumbo que meteu a praça a dançar (até o Luis - que ficou fotografado e está registado:), ainda consegui ver o delicado Manuel a dançar com os seus bonecos. Terá havido mais, mas com pena nossa não nos foi possível ficar já que tinhamos que devolver calma e energia ao lutador que ainda está numa fase primeva da sua caminhada. Contudo, ainda tivemos tempo para ver um pouco mais: os malabares de fogo que não apareceram porque o Sérgio se lesionou de tarde (mas estava lá a intenção, que é o mais importante); a Lurdes e a Midus na rádio improvisada; o Luís e a Margarida à procura do melhor ângulo para as fotos; a Dores a sorrir, a ver o Zé (os dois), a Maria Helena, o Carlos Julio e o resto do pessoal, a sorrir; O João e o Pablo que mudaram os paineis pela décima vez e lá andavam com o fogareiro e as sardinhas de um lado para o outro (antes do Miguel chegar com a criminosa pecadora chouriça); o Couvinha parado a olhar para a praça; a Inês que se preparava para lançar o mote com as tintas para "alguém lhe pegar e meter o pessoal a agarrar nos pincéis e compôr o painel"; o Pedro a tirar algumas fotos antes de ir para o ensaio, e regressar mais tarde (foi a primeira vez que estiveste ausente por um bocado, ah??); o Álvaro que se preparava para acompanhar o Ulisses ("então, preparado?"; "estou um bocado constipado, pá"); o Bento que não parava de sorrir por detrás do seu bigode. Toda uma praça que passava, paráva e sorria.

O sorriso bem presente na cara de todos que equipavam de vermelho (e os outros que não equipavam de vermelho:), com o candeeiro estampado a iluminar o caminho, resumia uma noite que representava dias e dias e noites e noites a discutir, a compartilhar, a trocar ideias, a parvar, a rir, a colaborar...

Obrigado por tudo nestas ultimas semanas. Aqueles que já conhecia e descobrimos mutuamente um outro lado, mais protegido das tempestades do dia a dia; aqueles que aprofundamos uma relação ou recuperámos o sorriso e a cumplicidade; aqueles que não conhecia e que foi um prazer descobrir a sua grandeza; aqueles que mostraram que é possivel construir na adversidade e na diferença, e que é na multiplicidade que está a unidade... Nós agradecemos; Évora agradece (espero eu:)!

Muito obrigado a todos e esperemos que seja o inicio algo maior, de contínuo... Amigos, vamos falando porque isto só agora começou!

Beijos e abraços para todos.

24 July 2011

Amigo, Não Vás Por aí, Porque se Fores Por aí, Vais Sozinho

Recordo-me de um bar ridiculamente pequeno em que se ouvia Pixies e The Cure. Nós, os mais pequenos insistíamos - sem sucesso - que o dj de serviço corresse um cd de Napalm Death ou Einstürzende Neubauten, enquanto os maiores dançavam para a frente e para trás, a abanar ligeiramente a cabeça para baixo, ao som de Sisters of Mercy. Achávamos aquela espécie de oásis fantástico. Ansiávamos por abordagens de que ouvíamos falar ou que nos chegavam numa cassete vídeo mal gravada.

Com o passar do tempo, foram-se multiplicando as ofertas e os interesses e as preocupações (culturais, artisticas, ...). Vem-me à memória uma das primeiras propostas "fora da caixa" que existiram em Évora, na qual tive a fortuna de participar (curiosamente o espectáculo chamava-se, precisamente, A Caixa:) e que fazia parte do programa Off do Festival Viva A Rua (programa esse que procurava explorar linguagens e abordagens alternativas ao que era comummente apresentado).

Os cursos artísticos foram surgindo, promovendo, ao longo dos anos, um tecido criativo crescente e, de certa forma, qualificado, que se juntou aos vários grupos e associações (nas várias abrangências culturais), mas também aos poucos projectos profissionais locais (essencialmente na área do teatro e da dança). E o facto é que actualmente existem dezenas de projectos, mais ou menos consistentes, uns firmados, outros emergentes, nos variadíssimos olhares sobre a criação artística. Hoje podemos facilmente identificar uma manta concreta, diversa e promissora nesta localidade.

Todos aqueles que sonharam um dia conseguir viver (e quando escrevo viver é isso mesmo que quero escrever: comer, dormir, sonhar) desta aparente ilusão, que é a criação artística, sentem que tudo isto podia ser melhor, especialmente aqui em Évora, onde por vezes é mais corajoso ficar e insistir, do que tentar a sorte noutro lado qualquer.

Olhando aos indicadores, esta cidade tem tudo para ser um desses lugares cheios de artistas, entidades criadoras e promotoras, gente que passa e olha, que dança e vê, que chora e também sonha (assemelhando-se mais aos seus vídeos institucionais: um paraiso histórico, bem preservado e pujante).

Nas últimas semanas o movimento "a Cultura está viva e manifesta-se na rua" criou impacto, procurando dinamizar o gesto de cidadania talvez mais importante que existe: o diálogo, a discussão. Pretende-se que seja possível promover uma amena colaboração com a edilidade, prolongando-a para esse constante diálogo com a comunidade. Que se trabalhe para que, com o tempo, algumas muralhas e muros possam ser derrubados. E é com esta noção de que existe, já, um público variado, interessado e mobilizado(r) em Évora, que este movimento se tem reunido diáriamente, unindo-se e fazendo-se ouvir para que esta cidade consiga espreitar cada vez mais, um pouco além das várias muralhas que a circundam.

in Jornal Registo de 21 de Julho de 2011

13 July 2011

mêe

ovelha 1: mêee, buga.
ovelha 2: cala-te, mêê, temos que continuar, mêê
o.1: mas ali ao fundo.. mê.. é o precipicio..
o.2: mêê.. caga lá nisso, temos que continuar. mêê. eles dizem que temos que continuar.
o.1: mas porquê?.. mê
o.2: não sei.. mêê.. mas temos que continuar... mêê
o.1: pois é, temos que conttinuuuuaaaaarrrrrrrr................

21 May 2011

assim é que é, ganda clube....

assim é que éi... pensam que o benfica pertence a um dos ex-países de leste ou quê? O benfas conta  com todos os sócios e  mesmo com todos os associados.
agora têm é que começar a jogare, não nos túneles como alguns - já que samos uma equipa da bola e não de alectricistas...
Jasus, vamos a veres se colocas os gajos a darem pontapés na bola e nas canelas dos gajos lá do porto - deixa lá a coisa, a gramática, em paz... coitada da moiça...
e o senhor 8 milhões já avoou da capoêra... Temo-lo que o aceitar. não vale a pena descutirmos mais isso, porque é um assunto do forno interno do clube.
agora só falta aganharmos mesmo. este ano vamos aganhar a Champinhons e a copa amaricana. com jeitinho até vamos a Antenas ganhar ao AEK.. é começar já a formatilizar o plantel deste próximo ano e está feito.
até os camemos e tudo...
e assim se faz um clube por esse mundo fora, bem como no estrangeiro.
é como um motocard disse um dia, "O que importa é estarmos aqui todos com um espírito de sentimento"
http://www.guinnessworldrecords.com/gwrday/portugal_teameffort.aspx

27 October 2010

barca de merda

Onzeneiro: "estive à espera 4 horas e nada. agora faço birra, já não quero brincar.";

Fidalgo: "ah, fazes birra? então agora faço eu! (à parte) fazemos este joguinho palerma para enganar os parvos, assim vem ai o FMI e faz o que nos dá jeito... tiram o dinheirinho ali à populaça.. a nós não nos fazem mal... e não te preocupes, a nós não nos deixam ficar mal."

Parvo (à parte): "foda-se, eu vou-me é embora desta barca de merda que já se afundou".

Sapateiro: "é mesmo parvo. eu já o fiz em 2004. e até me deram um belo trabalhinho de Alcoviteira"...

Parvo: E nesta barca de inferno nos afundam...


18 September 2010

lá ao fundo...

"As ideias são como peixes. Se quisermos apanhar peixes pequenos, podemos ficar pelas águas pouco profundas. Mas se quisermos apanhar os peixes grandes temos de ir mais fundo. Lá no fundo, os peixes são mais poderosos e mais puros. São enormes e abstractos. E são muito bonitos." david lynch

24 March 2010

obviamente que sim

obviamente que me atrai a proximidade e a rapidez que a net permite.
obviamente que a net nos facilita a vida.
obviamente que dispenso a urgência de actualizar os blogs e os facebooks e coisas afins
obviamente que não tenho saudades da pressa
obviamente que gosto de lugares comuns
obviamente, não é, net?

23 March 2010

A Vertigem do Espaço

Projecto de Investigação
de Ana Silveira Ferreira (ExQuorum)
no Instituto Franco-Português, Lisboa: 27 de Março - 21.30
no Estúdio PerFormas, Aveiro, Aveiro: 10 de Abril - 21.30