22 March 2016

d'o meu museu imaginário

relembrando 4 anos atrás - e o que mudou?

alternativos a nada

por acaso nessas coisas modernas, sempre tentei olhar com algum distanciamento

olhar para lá da rama

porque debaixo da poeira, muita coisa é mais do mesmo

seja artisticamente, seja no comportamento social, seja mesmo nos interesses de quintalinhos pequenos e mediocres

de facto, lamento esta bloconovela que acusa, bem como a incompreensão por parte de muitos que recusam participar e discutir. Muitas das coisas que são indicadas (como procurar os bairros e as localidades limitrofes) já muitos de nós fazemos (ou tentamos fazer, muitas das vezes sem o apoio - e não apenas financeiro - das próprias Juntas e também das próprias pessoas, que preferem ficar a ver Morangos com açucar ou afins). Mas não desistimos. No meu caso particular interessa-me o diálogo (não esta guerra de palavras ocultada pelo anonimato, mas discussão que faça avançar). Tenho-me ausentado da discussão pública porque, efectivamente, o cenário tem sido sempre o mesmo, repetitivo e cheio de movo. Se há alguma coisa que me atrai neste movimento é, para já, uma potenciação das conversas e uma efectiva necessidade de resolver (e não somente criticar). O mofo discursista (independentemente de vir com uma capa "partidária", "parada no tempo", "alternativa" ou "contemporânea") não deve seduzir ninguém que quer crescer e ver crescer tudo à sua volta. O pensar pequeno faz parte de uma coisa maior e castradora: proteger os quintais e contentar-se com pouco, desde que esse pouco seja para si mesmo. Só tem medo do crescimento, de diálogo e de multi-oferta, quem sabe das suas fraquezas e não sabe que é na diversidade e na multiplicidade de visões, que está o crescimento e a abertura de uma sociedade.

Lamento as faltas de educação, as faltas de sensibilidade, a falta de cidadania, a critica apática, a agressão gratuita anónima. Sempre esperei que Évora pudesse mudar um pouco (onde por vezes, o que à partida seriam visões diferentes, geracionais e no seu lugar na sociedade, pouco se distinguem além da rama) e participo aqui porque me parece que, grão a grão, muda um bocado. Espero que possa fazer parte dessa mudança, como espero que todos colaborem - seja a discutir touradas, a escrever textos, a ir à rua, a apresentar espectáculos, a criticar de forma construtiva ou mesmo a fazer sardinhadas. Sobre isto não há que criticar demasiado, porque ser feliz nunca fez mal a ninguém (excepto a quem pretenda perseguir essa ânsia de se manter pequeno a todo o custo).

Interessa participar, dar a perceber que quem está mal são os silenciosos, os críticos de má fé e os que para quem está sempre tudo mal e nada propõem. A arrogância fica-lhes mal e não sabem a tristeza que causam àqueles que querem fazer crescer (neste caso, esta cidade).

Como já tive a oportunidade de escrever (e já se disse e repetiu de várias formas e formatos), isto é de todos e para todos - por isso, interessa participar e aí, opinar por trajectos e modos de actuação. Facilmente se perceberá que existem bastantes posições e visões diferentes, que nem tudo o que é proposto é acordado por todos (poderia exemplificar, mas estaria a falar de mais casos pessoais, por isso não vejo a necessidade), que muitas vezes há discussão mediante interesses particulares, mas há uma coisa importante: há discussão e, com mais ou menos interesse nisso, há crescimento fora de corredores e catacumbas.

Este movimento retirou-me temporariamente das conversas via net (para evitar ir de carro ou avião) com gente inquieta, com quem encontro interesses comuns e vontade de mudar. Era bom que, independentemente do rumo que tome, permita que esta cidade abata os muros e as muralhas (que já estão fora de moda:)