02 September 2009

esquisito suor que se agarra ao corpo

-->
E se o tempo que vem viesse? Assim, como quem não se anuncia não diz ao que vem mas também não faz mal. Já ali está, deixai-o ficar. Mal não faz. Não me incomoda. A outro? Não interessa. Deixai-o ficar na mesma. E se surgisse por detrás das folhas a sussurrar a inspirar e a dizer sorrateiramente, não sei o que fazia se não fosses tu a desejar-me longe mas ao mesmo tempo sem nada fazeres para que isso possa acontecer. O que farias se eu estivesse longe? Suspiravas e seguias? Lamentavas e sorrias? Perguntas-te e se o tempo que vem viesse. E se viesse mesmo, não que o dissesse mas fizesse. Que viesse, o tempo que vem. Como uma musica silenciosa como o bater de uma mão na cara de alguém como o sentir dôr sem sentir falar mal sem falar comer e simplesmente dormir. Que farias tu se isso acontecesse? Sabes? Pois, ninguém te ensinou que é feio comer de boca aberta que é feio pensar de mente aberta que é feio não ser bonito que é feio não ter dinheiro para queimar. Que fazias tu, diz-me lá, se o vento que vem viesse?