O (mau) político é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que outros deveras sentem.
Que chega a fingir que é dor
A dor que outros deveras sentem.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as dores que ele teve,
Mas outras que ninguém vê.
Na dor lida sentem bem,
Não as dores que ele teve,
Mas outras que ninguém vê.
E assim nas calhas de roda
gira, a entreter o cidadão,
Esse comboio de corda
Que se chama sobrevivência.
gira, a entreter o cidadão,
Esse comboio de corda
Que se chama sobrevivência.